"MEU TIO, O IAUARETÊ”: O LIMIAR ENTRE O HUMANO E O ANIMAL
“MEU TIO, O IAUARETÊ”: THE THRESHOLD BETWEEN HUMAN AND ANIMAL
DOI:
https://doi.org/10.29281/rd.v13i27.18904Palavras-chave:
Perspectivismo ameríndio; Mitologias indígenas; Cosmologia; Humanidade; Animalidade.Resumo
O presente artigo propõe uma leitura do conto “Meu tio, o Iauaretê”, de Guimarães Rosa, a partir de uma perspectiva simbólica e filosófica, destacando como a narrativa encena a fusão entre humano e animal, atualiza mitologias indígenas e questiona as fronteiras do humano. O objetivo do estudo é examinar como Guimarães Rosa, nessa narrativa, cria uma experiência literária em que a linguagem se torna veículo de metamorfose, instaurando o que se pode chamar de “literatura xamânica”. O artigo encontra-se dividido em cinco eixos: estratégicas estéticas de Guimarães Rosa; a metamorfose e o devir-animal; o perspectivismo ameríndio e a cosmologia da onça; a onça como figura mítica; animalidade e filosofia: o humano que se desfaz. Cada tópico busca articular a narrativa rosiana a conceitos de filosofia e antropologia, visando oferecer uma leitura interdisciplinar da obra. O escopo teórico básico conta com os seguintes conceitos: a noção de “devir-animal”, de Deleuze e Guattari (1995); o perspectivismo ameríndio, de Viveiros de Castro (1996); os arquétipos míticos e sistemas simbólicos, conforme Lévi-Strauss (2004).
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