VISÕES DANTESCAS DE LUÍS HENRIQUES NO CANCIONEIRO GERAL DE GARCIA DE RESENDE: A TROVA SEGUIDA DE CANTIGA
Palavras-chave:
Cancioneiro Geral de Garcia de Resende. Poemas de formas mistas. Visões. Arte Maior. Arte menor.Resumo
Pretendo com este artigo mostrar uma modalidade inovadora da poesia dos séculos XV e XVI, nomeadamente das composições apresentadas no Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, publicado em 1516. Essa modalidade seriam os poemas de formas mistas, cuja característica é usar dois ou mais poemas num só; a forma nasce nos salões nobres do período e abarcam, por exemplo, algumas trovas seguidas de uma cantiga, caso que estudo neste trabalho. O poema escolhido é do poeta Luís Henriques que, em versos de arte maior e menor, discorre sobre umas visões que teria tido quando em São João da Mina durante a conquista da África. Essas visões fazem parte de novo gênero desenvolvido pelos poetas palacianos no tempo em que Dante Alighieri começava a ser cultuado na Península Ibérica. Nos dois poemas, o registro é de sofrimento do eu lírico que não sabe definir o porquê de sua pena e procura respostas dirigindo-se a três entidades mitológicas – a Tristeza, a Congoxa e a Esperança. Luís Henriques vale-se de uma composição erudita em versos maiores e de uma popular em versos reais numa cantiga que encerra o poema.
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Referências
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Fontes Primárias
CANCIONEIRO Geral de Garcia de Resende. Fixação do texto e estudo por Aida Fernanda Dias. Maia: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1990-1993. Volumes I a IV.
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Obra de referência
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