Investimento na Educação Infantil: um estudo a partir do marco legal da primeira infância

Autores

Resumo

O estudo tem como objetivo analisar o discurso sobre o investimento na primeira infância presente na Lei nº
13.257/2016, intitulada como Marco Legal da Primeira Infância. Optou-se por uma abordagem de natureza
qualitativa e descritiva, com pesquisa bibliográfica e análise documental e utilizou-se do método dialético para
análise e compreensão dos dados. Os resultados apontam que a Lei nº 13.257/2016 defende e promove ações para
a execução de políticas e programas com foco na atenção, desenvolvimento, alimentação, cuidado, proteção e
estratégias de gestão de pobreza. Evidenciam argumentos e discursos orientados por agências multilaterais prol
atendimento compensatório e assistencial como mecanismos que melhoram as desigualdades sociais. Percebe-se
uma proposta de atendimento de baixo custo que tenta desviar seu foco para a oferta de serviços de cunho
assistencialista como forma de inviabilizar a efetivação do direito à educação. Conclui-se, que a ideia de oferta de
serviços assistenciais e as propostas de educação presente no documento não são mecanismos capazes de enfrentar,
nem superar as desigualdades haja vista desconsidera ou oculta os direitos e a luta pelo direito à educação infantil
já reconhecidos. 

Palavras-chave: Financiamento da educação infantil; Direito à educação; Investimento na primeira infância;
Marco Legal da Primeira Infância.

Biografia do Autor

Poliene Ribeiro de Carvalho Lima, Universidade Federal do Tocantins (UFT)

Pedagoga pela Universidade Federal do Tocantins (UFT), membro do Grupo de Estudos e
pesquisa em Política e Prática Educacional (GEPPPE) professora da Escola Especial Bem Viver
(APAE).

Joedson Brito dos Santos, Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)

Doutor em Educação pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) com Estágio pós-doutoral
pela Universidade de São Paulo (USP). Professor da Unidade Acadêmica de Educação (UAED)
da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e do Programa de Pós-Graduação em
Educação (PPGEd/UFCG). Coordena o Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas e Práxis de
Educação (GEPPPE/CNPq/UAED/).

Referências

REFERÊNCIAS

ABUCHAIM. Beatriz de Oliveira. Panorama das políticas de educação infantil no Brasil

Brasília: 2018. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000261453. Acesso

em: 20 jan. 2023.

BORTOT, C. M.; LARA, A. M. B. As políticas de educação e cuidados na primeira infância

para a América Latina: intencionalidades e encaminhamentos na proposta da Unesco. Revista

Ibero-Americana de Estudos em Educação, , v. 14, n. esp. 3, p. 1767-1781, out., 2019.

Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/12762. Acesso

em ago de 2023.

RECH- Revista Ensino de Ciências e Humanidades – Cidadania, Diversidade e Bem Estar. ISSN 2594-8806

BRASIL. Primeira Infância: Avanços do Marco Legal da Primeira Infância. Brasília: Cedes,

Câmara dos Deputados. Centro de Estudos e Debates Estratégicos (Cadernos de

Trabalhos e Debates 11). Disponível em: https://www2.camara.leg.br/acamara/

estruturaadm/altosestudos/pdf/obra-avancos-do-marco-legal-da-primeira-infancia.

Acesso em set de 2023

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988.

Disponível em:

https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/518231/CF88_Livro_EC91_2016.pdf.

Acesso em agosto de 2023.

BRASIL. LDB - Lei nº 9394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases

da Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996.

BRASIL. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do

Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 16 jul. 1990.

Seção 1, p. 13563-577.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental.

Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares

nacionais para a educação infantil. Brasília: MEC, SEB, 2009.

CAMPANHA LATINO - AMERICANA PELO DIREITO À EDUCAÇÃO. Educação na

primeira infância: um campo em disputa. Documento de trabalho e debate. São Paulo - SP,

CAMPOS, R. F; CAMPOS, R. A educação das crianças pequenas como estratégia para o

“alívio” da pobreza. Inter Ação: Rev. Fac. Edc., 33(2), 2088. 241-263.

CELLARD, A. A análise documental. In: POUPART, J. et al. A pesquisa qualitativa:

enfoques epistemológicos e metodológicos. Petrópolis, Vozes, 2008.

CORREA, Bianca. A educação infantil sob a lógica do empreendedorismo e dos negócios de

impacto social” . Educação em Revista, v. 36, 2020.

DENZIN, N. K; LINCOLN, I. O planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e abordagens.

Porto Alegre: Artmed, 2006.

DIDONET, Vital. Creche: a que veio, para onde vai. In: Educação Infantil: a creche, um bom

começo. Em Aberto/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. v 18, n. 73.

Brasília, 2001. p.11-28.

RECH- Revista Ensino de Ciências e Humanidades – Cidadania, Diversidade e Bem Estar. ISSN 2594-8806

KRAMER, S. Privação cultural e educação compensatória: uma análise crítica. Cadernos de

Pesquisa, São Paulo (42). Agosto/1982, pp. 54-62.

KUHLMANN JR, Moysés. Histórias da educação infantil brasileira. Fundação Carlos Chagas,

São Paulo. Revista Brasileira de Educação. Mai/Jun/Jul/Ago. 2000, Nº 14.

KUHLMANN Jr., M. (1991) Instituições Pré Escolares Assistencialistas no Brasil (1899-1922).

Cadernos de Pesquisa, 78.

BRASIL. Lei N° 13.257, de 8 de março de 2016. Dispõe sobre as políticas públicas para a

primeira infância. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, 9 mar. DOU, Brasília, DF,

a.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E A

CULTURA – Unesco. Marco de Ação e de Cooperação de Moscou: aproveitar a riqueza das

nações. Conferência Mundial sobre Educação e Cuidado na Primeira Infância (ECPI): Construir

a Riqueza das Nações. Moscou. 2010.

PINTO, José Marcelino de Rezende, ADRIÃO, Theresa, Noções Gerais Sobre Financiamento

da Educação no Brasil. Ecos – Revista Cientifica, São Paulo, 2006, p. 26-46.

RIZZINI, Irene. O século perdido: Raízes Históricas das políticas públicas para a infância no

Brasil. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2008.

RODRIGUES, G. S.; LARA, A. M. B. (2006). Avaliação das propostas do Banco Mundial para

a Educação Infantil: influência e consequências nos países periféricos. Estudos em Avaliação

Educacional, 17(33), 89-104.

ROSEMBERG, Fúlvia Avaliação de programas, indicadores e projetos em educação infantil.

Revista Brasileira de Educação. Jan/Fev/Mar/Abr 2001.

ROSEMBERG, Fúlvia. A Educação Pré-Escolar Brasileira Durante os Governos Militares.

Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n.82, ago 1992, p.21-30

ROSEMBERG, Fúlvia. Organizações Multilaterais, Estado brasileiro e políticas de educação

infantil. Cadernos de Pesquisa, n.115, março 2002, p.25-63

SANTOS, Joedson. O financiamento da educação infantil após 30 anos da Constituição Federal

: avanços, contradições e desafios. Revista Educação e Políticas em debate. v. 7, n. 2.

p.263-288, mai./ago 2018

RECH- Revista Ensino de Ciências e Humanidades – Cidadania, Diversidade e Bem Estar. ISSN 2594-8806

SANTOS, Joedson. Os Recursos Direcionados às Crianças de 0 a 5 Anos de Idade no Contexto

do Fundeb em João Pessoa/PB. Revista de Financiamento da Educação, v. 11, n. 1, 2021.

SANTOS, Joedson. Pressupostos do paradigma do Capital Humano aplicados à Primeira

Infância. Revista Brasileira de Educação do Campo. v. 4. 2019

SOUZA, M. C.; PÉREZ, B. C. Políticas para a criança de 0 a 3 anos: concepções e disputas.

Revista Contemporânea de Educação, vol. 12, n. 24, mai/ago de 2017

Downloads

Publicado

2024-01-03