MINHA COR, MINHAS MARCAS: FICÇÃO E HISTÓRIA NA OBRA ÚRSULA, DE MARIA FIRMINA DOS REIS

Autores

  • Cacio José Ferreira UFAM
  • Tatiane da Conceição Marques Silva UFMA

Resumo

A presente pesquisa é uma análise da construção do negro na obra “Úrsula” de 1859 da autora maranhense Maria Firmina dos Reis. Essa investigação propicia uma reflexão sobre a importância que Firmina deu aos cativos ao possibilitar a voz desses diante da sociedade patriarcal oitocentista bem como apresentar àquela sociedade a sua inovadora literatura antiescravista. A pesquisa realizada para este trabalho foi de natureza bibliográfica ancorada em autores como: Burke (1992) Carvalho (2018), Broskshaw (1983), Pinheiro (2016), entre outros. A partir da escrita de Maria Firmina pode-se concluir o destaque na representação dos cativos em seu romance, abandonando os aspectos negativos que era visto o negro e evidenciando os sentimentos, valores, religião e história dos africanos, além de seus personagens negros transgredirem as normas patriarcais da época. Ela dá oportunidade para o negro ser porta voz de sua própria história, podendo expressar sua opinião com relação à escravidão, o quanto almejava a liberdade.  O romance Úrsula, pode ser considerado, uma rica fonte histórica, ao apresentar a visão do escravo como agente histórico. Através da voz da escritora, por meio do romance Úrsula, podemos conhecer as injustiças e preconceitos que cercavam a sociedade patriarcalista do século XIX a qual ditava as regras naquela época. Maria Firmina por meio de sua obra tornou-se a pioneira na literatura por ser a primeira escritora a tratar do tema escravidão, por tornar um personagem negro herói de um romance e pôr em pé de igualdade brancos e escravos. Na escrita de Firmina, o discurso histórico- literário sobre a escravidão estão ligados nos moldes da escola romântica.

Biografia do Autor

Cacio José Ferreira, UFAM

Professor da Universidade Federal do Amazonas, mestre e Doutor em Literatura (UnB). Participa do Grupo de Pesquisa "Estudos Japoneses" (UFAM) e membro dos Grupos de Pesquisa "Estudos Osmanianos: arquivo, obra, campo literário" (UnB) e "Observatório de ensino de línguas" (UFAM). Atua principalmente nas seguintes linhas: língua, literatura e cultura japonesas, língua portuguesa, tradução, representação literária, fábulas e imigração.

Tatiane da Conceição Marques Silva , UFMA

Mestranda do Programa de Pós- Graduação em Letras, do campus Bacabal ( PGLB/UFMA), linha de pesquisa 2- Literatura, Cultura e Fronteiras do Saber. Graduada do curso de LETRAS LICENCIATURA EM LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA DE LINGUA PORTUGUESA/CESITA-UEMA- ITAPECURU MIRIM- LICENCIATURA PLENA.

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Publicado

2022-12-28

Como Citar

Ferreira, C. J., & da Conceição Marques Silva, T. . (2022). MINHA COR, MINHAS MARCAS: FICÇÃO E HISTÓRIA NA OBRA ÚRSULA, DE MARIA FIRMINA DOS REIS. Revista Decifrar, 10(20), 63–87. Recuperado de https://www.periodicos.ufam.edu.br/index.php/Decifrar/article/view/11261

Edição

Seção

ARTIGOS (DOSSIÊ)