Aplasia de medula óssea induzida por azatioprina em paciente com lúpus eritematoso sistêmico: relato de caso

Autores

  • Haryana Gisella Brito Rombaldi UFAM
  • Gabriela Silva Vasconcelos HUGV
  • Domingos Sávio Nunes de Lima UFAM/HUGV
  • Rejane Nina Martins UFAM/HUGV
  • Monique Freire dos Reis UFAM/HUGV
  • Luiz Carlos de Lima Ferreira UFAM/HUGV

DOI:

https://doi.org/10.60104/revhugv9967

Palavras-chave:

Lúpus Eritematoso Sistêmico, toxicidade, azatioprina, mielossupressão.

Resumo

A azatioprina é um imunossupressor amplamente utilizado no manejo do Lúpus Eritematoso Sistêmico, sendo indicada para tratamento da anemia hemolítica, trombocitopenia e como manutenção na nefrite lúpica. Entretanto, alguns efeitos adversos estão associados ao uso deste agente, dentre eles a supressão da medula óssea. A leucopenia é a manifestação hematológica mais comum, mas casos de aplasia de medula óssea são descritos na literatura. Relata-se paciente do sexo feminino, 32 anos, com diagnóstico de Lúpus Eritematoso Sistêmico há 7 anos. Evoluiu com febre, hematoquezia, petéquias difusas e pancitopenia. Realizado tratamento antimicrobiano e com granulokine, devido neutropenia febril, além de otimização da corticoterapia, porém sem resposta satisfatória. Biópsia de medula óssea: hipoplasia acentuada das séries granulocítica e eritróide e ausência de megacariócitos. Evoluiu com melhora clínica e laboratorial 30 dias após retirada da azatioprina. Ficou evidenciado que a ocorrência de aplasia de medula óssea secundária ao uso da azatioprina é rara, mas que a suspensão total da droga se faz necessária para recuperação das séries granulocítica, eritrocítica e megacariocítica.

Referências

1 Borba EF, Latorre LC, Brenol JCT, Kayser C, Silva NA, Zimmermann AF. Consensus of Systemic Lupus Erythematosus. Rev Bras Reumatol. 2008; 48: 196-207.
2 Abu-Shakra M, Shoenfeld Y.Azathioprine Therapy for Patients with Systemic Lupus Erythematosus.Lupus. 2001; 10(3): 152-3.
3 Ahmad SQ, Khan O, Zafar SI, Zafar SN. A Case of Systemic Lupus Erythematosus with Aplastic Anemia. J Pak Med Assoc. 2011;61:817-819.
4 Pacheco NM, Atecla A, Lopes N, Soriano FA, Nascimento BM, Massakazu SN, Miguel S, et al. Monitoração Terapêutica da Azatioprina: uma revisão. J.Bras.Patol.Med.Lab. 2008; 44( 3 ): 161-167.
5 Petri M, Orbai AM, Alarcón GS, Gordon C, Merrill JT, Fortin PR et al. Derivation and validation of the systemic lupus international collaborating clinics classification criteria for systemic lupus erythematosus. Arthritis & Rheumatism. 2012; 64 (8): 2677–2686.
6 Liu YP, Xu HQ, Li M, Yang X, Yu S, Fu WL et al. Association between Thiopurine SMethyltransferase polymorphisms and azathioprine-induced adverse drug reactions in patients with autoimmune diseases: a meta-analysis. Plos One J. 2015; 10 (12): 1-14.
7 Boonsrirat U, Angsuthum S, Vannaprasaht S, et al. Azathioprine-induced fatal myelosuppression in systemic lupuserythematosus patient carrying TPMT*3C polymorphism. Lupus 2008; 17: 132-134.
8 Lennard L, Van Loon JA, Weinshilboum RM. Pharmacogenetics ofacute azathioprine toxicity: relationship to thiopurine methyltransferase genetic polymorphism. ClinPharmacolTher. 1989; 46: 149–154.
9 Croyle L, Hoi AN, Morand EF. Characteristics of azathioprine use and cessation in a longitudinal lupus cohort. Lupus Science & Medicine. 2015; 2: 1-6.

Downloads

Publicado

2021-11-22

Edição

Seção

Relato de Caso