Chamada para publicação-Dossiê: “História Antiga em perspectiva: projeções e desafios futuros”

2024-02-05

A Canoa do Tempo – Revista do Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) convida os(as) pesquisadores(as) de todo o país a enviarem artigos inéditos ao dossiê: “História Antiga em perspectiva: projeções e desafios futuros”, organizado pelas professoras Camila da Silva Condilo (UnB), Joana Campos Clímaco (UFAM), e Marcia Severina Vasques (UFRN).

A História Antiga, uma área do conhecimento já consolidada nas universidades brasileiras e na ANPUH, por meio de um Grupo de Trabalho ativo e presente, vem se ampliando enquanto campo de pesquisa em outras regiões do Brasil, além do núcleo originário do Sudeste brasileiro. A expansão das pós-graduações por todo o Brasil, sobretudo em decorrência da política dos governos progressistas da primeira década do século XXI, proporcionou a consolidação da pesquisa histórica no país, inclusa a área de História Antiga.

Os estudos sobre a Antiguidade têm acompanhado as discussões teórico-metodológicas do campo da História, como o movimento decolonial e a crítica ao eurocentrismo. A pesquisa em História Antiga no Brasil mostra-se salutar para a desconstrução de visões estereotipadas sobre o próprio mundo antigo e a forma como ele foi, muitas vezes, usado e usurpado no decorrer dos séculos XIX e XX, seja pela própria construção de uma historiografia europeia, que se considerava herdeira dos clássicos, seja por movimentos de extrema-direita como o fascismo. O olhar brasileiro para o mundo antigo é periférico e, por isso mesmo, sem deixar de dialogar com o saber acadêmico internacional, pode dar contribuições relevantes para a área.

O enfoque na História Global e Local, influenciado pelo momento de globalização do tempo presente, é um dos que, atualmente, possibilita a análise de contextos históricos em tempo e espaço diversificados, sem priorizar Estados centralizadores e Impérios. É o caso, por exemplo, dos estudos sobre o Mediterrâneo antigo e suas conexões e as potenciais conectividades entre os continentes africano, europeu e asiático. Além desse aspecto, estudos sobre gênero e identidades, as várias formas de religiosidades e práticas religiosas, combinadas com as discussões sobre agenciamento dos espaços, dos indivíduos e dos objetos, trazem novas perspectivas de análise para as fontes e documentação disponível.

As pesquisas sobre o mundo antigo utilizam-se de fontes variadas, literárias, epigráficas, iconográficas e materiais, um aspecto positivo dessa área da História, que permite a análise da vida de grupos sociais diversificados. Além da versatilidade do uso das fontes, um outro aspecto a ressaltar é a disponibilidade de material que encontramos atualmente no campo digital. Muitos acervos de museus estão disponíveis online e tornaram-se um excelente recurso para o pesquisador brasileiro, embora não substitua a análise da fonte primária e seja mais um elemento de problematização em relação ao potencial do digital empregado na
pesquisa historiográfica.

O trabalho com fontes diversas e a reflexão potencializada pelas temporalidades distantes contribuem, de forma significativa, para a formação do profissional de História no Brasil e para a consolidação de uma consciência história. Com o intuito de divulgar as pesquisas realizadas na área de História Antiga, nas suas múltiplas facetas teóricas e historiográficas, o dossiê tem por objetivo trazer trabalhos relevantes na área que tratem das possibilidades diversas da documentação existente para o mundo antigo e as suas metodologias de pesquisa, discussões teóricas pertinentes ao campo, assim como debates a respeito dos usos do passado e da recepção da Antiguidade no mundo contemporâneo.

Prazo para envio dos artigos: 1 de outubro de 2024.

Normas para submissão se encontram no link.

Para mais informações ou esclarecimentos, entre em contato com a gente pelo e-mail: canoadotempo@ufam.edu.br