APEGO, AFETO E TERRITORIALIDADE: ELOS ENTRE O IDOSO E SEU AMBIENTE

Autores

  • Águida Meneses Valadares Demétrio
  • Rita Maria dos Santos Puga Barbosa

Resumo

O presente artigo interliga apego, afeto e territorialidade, intentando abarcar aspectos emocionais e materiais, formadores dos sentimentos de pertencimento do idoso, na vivência cotidiana, analisados através do elo efetivo entre os indivíduos e o meio em que vivem. O apego nos reporta à ligação afetuosa, vínculo afetivo, inclusive em busca de segurança e proteção. Esse sistema tem função direta nas respostas afetivas e no desenvolvimento cognitivo, já que envolve uma representação mental das figuras de apego, de si mesmo e do ambiente. Nos aprofundamentos da teoria do apego (TA) de John Bowlby, verificamos que o apego envolve a preferência; é duradouro; intensifica as emoções; possui interações intermitentes; as recompensas ou punições não rompem, necessariamente, esses vínculos, e pode estender-se enquanto perdurar a vida. Apego é um tipo de vínculo no qual o senso de segurança de alguém está estreitamente ligado à figura de apego. O afeto diz respeito ao sentimento de bem-querer que sentimos e destinamos a alguém. As relações que mais perduram com o passar do tempo são aquelas em que somos nutridos de afeto, mas também de apego, ou seja, gostamos de nos sentir “gostados”. O idoso sente-se protegido em seu território, sendo esse, nas concepções de Milton Santos, o chão e mais a população, nas trocas materiais e espirituais e da vida, da socialização, da vivência sobre os quais ele influi. Nesse contexto entre apego, afeto e territorialidade, principalmente entre os idosos, o elo afetivo interliga materialidade e emotividade, que Yi-Fu Tuan denominou de Topofilia. Este trabalho possui a sua origem na dissertação desta autora e tem por objetivo analisar o elo afetivo entre os assentados do projeto de assentamento Tarumã Mirim, zona rural de Manaus-AM, com seu território habitado. O método adotado foi o etnográfico, pela técnica da observação participante. No aprofundamento da pesquisa, contatamos que os idosos do projeto de assentamento Tarumã Mirim preferem permanecer no seu ambiente costumeiro, mesmo enfrentando obstáculos que seriam sanados vivendo na zona urbana, porque o elo afetivo com a sua casa e seu ambiente sobrepõem-se às facilidades ofertadas pela metrópole.

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Publicado

2016-11-09