Caminhos com os Avá Guarani/Ñandeva de Porto Lindo (Jakarey) Yvy Katu.

Autores

  • Yan Leite Chaparro Laboratório de Humanidades/LabuH e Universidade Católica Dom Bosco/UCDB

Resumo

O ensaio fotográfico que segue estão dentro do trabalho de pesquisa de doutorado intitulada “Este é nosso corpo a terra: caminhos e palavras Avá Guarani/Ñandeva de Porto Lindo (Jakarey) Yvy Katu”, que já tem no seu titulo o sentido básico de todo trabalho, a perspectiva do conceito de envolvimento como produção de realidade Avá Guarani/Ñandeva que revela caminhos e palavras para além do fim do mundo, ou melhor, para além da invenção branca de desenvolvimento.

Trabalho que entende os Avá Guarani/Ñandeva como uma sociedade própria que esta em simetria com a sociedade capitalista/moderna, em simetria, pois ambas são sociedades que possuem suas cosmologias, organizações sociais, modos de existir e modos de vida. Em simetria, mas que tecem caminhos contrários como organizações que produzem a realidade. Para os Avá Guarani/Ñandeva a produção de realidade se dá pelo movimento de envolvimento e para a sociedade capitalista/moderna se dá pelo movimento de desenvolvimento.

Ponto central, simétricos e contrários. Centralidade que permite o levantamento de criticas, inversões e questionamentos com os Avá Guarani/Ñandeva de Porto Lindo (Jakarey) Yvy Katu sobre a cosmologia capitalista e desenvolvimentista produzida pela sociedade moderna, a invenção branca de desenvolvimento. O que faz pensar sobre o envolvimento com os Avá Guarani/Ñandeva como forma/conteúdo de radical sofisticação para além do fim do mundo de humanos e não-humanos, questionando a hegemonia da invenção branca de desenvolvimento como mito fundador que gere a imagem do sempre visto e esperado fim do mundo.

Dessa forma, as fotografias, a partir das intencionalidades de guia e de reflexão, diz sobre alguns dos caminhos percorridos com os Avá Guarani/Ñandeva do território Porto Lindo (Jakarey) Yvy Katu, situado no Estado do Mato Grosso do Sul na fronteira com o Paraguai. Caminhos que seguem sem perder o rosto do Outro, as questões, os problemas e as reflexões dos Avá Guarani/Ñandeva sobre o conceito de “desenvolvimento”. Por isso, cada fotografia faz palavras sobre cada momento da pesquisa, reagindo e tecendo sentidos que aproxima quem lê, de todo processo da pesquisa de campo, pois cada fotografia apresentada neste ensaio remete a cada passo da pesquisa que teve seu inicio do começo de 2016 e seu termino no fim de 2018.

Mas, porque fotografias? Pela proposta de potências poéticas, filosóficas e políticas que a fotografia permite alcançar.     

 

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Publicado

2019-06-29

Edição

Seção

Ensaio Fotográfico