Anestesia Subaracnoidea com Bupivacaína Associada à Clonidina em Paciente Usuário de Cocaína: Relato de Caso

Spinal Anesthesia with Bupivacaine Associated to Clonidine in Cocaine User Patient: Case Report

Autores

  • André Menezes Baranda FHAJ
  • Ivandete Coelho Pereira Pimentel CET/SB
  • Wagner de Paula Rogério FHAJ
  • Ana Jéssica Ferreira Lima de Castilho FHAJ
  • Larissa de Oliveira Cruz UFAM
  • Keite Ivi Moura da Cunha FHAJ

Palavras-chave:

Cocaína. Raquianestesia. Clonidina.

Resumo

A cocaína é uma das drogas ilícitas mais comumente consumidas no mundo, cujos usuários podem ser submetidos a intervenções cirúrgicas emergenciais. Tanto a anestesia geral quanto a regional têm riscos para o paciente, portanto, o objetivo deste relato é descrever a utilização da clonidina na anestesia subaracnoidea em paciente com uso recente de cocaína. Paciente do sexo masculino, 24 anos de idade, 75 kg, 1,75 m, estado físico ASA I, deu entrada em hospital de emergência para ser submetido à limpeza mecânica cirúrgica e fixação externa de fratura exposta de tíbia direita. Foi monitorizado com eletrocardiograma (ECG) contínuo, pressão arterial não invasiva (PANI), oximetria de pulso, observando-se frequência cardíaca (FC) de 115 bpm, pressão arterial (PA) 160X90 mmHg e SpO2 97%, sendo submetido à raquianestesia sob técnica padronizada com bupivacaína hiperbárica a 0,5% (15mg) e clonidina (75mcg). Após o início do procedimento, notou-se diminuição do estado de ansiedade do paciente e oscilação constante do estado hemodinâmico nos primeiros 30 minutos, com melhora no decorrer da cirurgia. Ao final do procedimento foi encaminhado à sala de recuperação pós-anestésica hemodinamicamente estável. O aumento da FC, PA e da resistência vascular sistêmica relacionadas ao bloqueio da liberação de norepinefrina dos terminais pré-sinápticos pela cocaína, pode ser tratado com agonistas alfa 2 adrenérgicos como a clonidina como visto neste relato.

Referências

Organização das Nações Unidas. Escritório das Nações Unidas sobre drogas e crimes. Relatório Mundial sobre Drogas de 2015. Viena, 2015.

II LEVANTAMENTO domiciliar sobre o uso de drogas psicotrópicas no Brasil: estudo envolvendo as 108 maiores cidades do país: 2005. Carlini EA, supervisor. Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas Psicotrópicas: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). São Paulo: Páginas & Letras, 2006. v.01.

Luft A, Mendes FF. Anestesia no paciente usuário de cocaína. Rev. Bras. Anestesiol, Maio/ Junho 2007; v. 57, n. 3, p. 307-314.

Jacob AK, Kopp SL, Bacon DR, Smith HM. The history of anesthesia. In: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK, Cahalan MK, Stock MC. Clinical Anesthesia, 7th ed. Philadelphia: Lippincott Williams, 2013. p.3.

Rall M, Gaba DM, Howard SK, Dieckmann P. Human performance and patient safety. In: Miller RD, Cohen NH, Eriksson LI, Fleischer LA, Wiener-Kronish JP, Young WL. Miller’s Anesthesia, 8th ed. Philadelphia: Churchill Livingstone, 2010. p.106-108.

Pagel PS, May JA. Evaluation of the patient with alcohol or drug addiction. In: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF, Zapol WM. Anesthesiology, 2nd ed. New York: McGraw Hill Medical, 2012. p. 315-320.

Dwarakanath S, Cook AM, Fahy BG. Perioperative care of the cocaine-dependent neurosurgical patient. Journal of Anesthesiology and Clinical Science, Florida, 2013,2:12.

Feinstein L, Schmidt K. Cocaine users present unique anesthetic challenges: Part 1. Anesthesiology News, 36:8-9. Feb 2010.

Braz LB, Navarro LHC, Braz JRC, Silva UT, Yamaguti FA, Cristovan JC. Clonidina como droga adjuvante no tratamento da síndrome de abstinência alcoólica em Unidade de Terapia Intensiva. Rev Bras Anestesiol, 53:6:802-807, 2003.

Correa CH, Oliveira LSG, Assis JEA, Barros RTC. Anestesia no paciente usuário de crack e cocaína. Minas Gerais, Rev Med Minas Gerais, 24, Supl 3: S14-S19, 2014.

Vlessides M. Dex for Sedation of Nonintubated Patients Gains Ground. Clinical Anesthesiology. Anesthesiology News. 22. Abril. 2009. Disponível em: <http://www.anesthesiologynews.com/Clinical-Anesthesiology/Article/04-09/Dex-for-Sedation-of-Nonintubated-Patients-Gains-Ground/12923.>.

Afonso J, Reis F. Dexmedetomidina: papel atual em anestesia e cuidados intensivos. Rev. Bras. Anestesiol, v. 62, n. 1, Campinas Jan/Feb 2012.

Kontak AC, Victor RG, Vongpatanasin W. Dexmedetomidine as a Novel Countermeasure for Cocaine-Induced Central Sympathoexcitation in Cocaine-Addicted Humans. Hypertension; 61:388-394, feb 2013.

Feinstein L, Schmidt K. Cocaine users present unique anesthetic challenges: Part 2. Anesthesiology News, 36: 8-9. March 2010.

Downloads

Publicado

2021-10-19

Edição

Seção

Relato de Caso