Sou homem trans, apresento minha história, minha luta:

da impossibilidade, me fiz possibilidade

Resumo

Pessoas transgênero sofrem constantes violências, sendo estigmatizadas e marginalizadas na sociedade por subverterem os padrões dos papéis de gênero. Os mais variados tipos de violência são impetrados, contudo, a discussão permanece à margem, literalmente periférica, principalmente na esfera de políticas públicas. Entretanto, conseguem ir além da dor e do sofrimento e redimensionam seu olhar sobre si mesmas, sobre o outro e sobre a vida. Desse modo, a presente pesquisa mostra-se relevante devido a exiguidade de referencial teórico e a lacuna de conhecimento no cenário da região amazônica. Portanto, o estudo objetivou compreender a percepção de pessoas transgênero acerca de sua historicidade e seus modos de enfrentamento e superação. A pesquisa é de caráter qualitativo, descritivo e exploratório e utilizou os parâmetros do método fenomenológico da pesquisa em psicologia. A obtenção dos dados foi realizada através da entrevista fenomenológica áudio gravada e partiu de questão norteadora e resultou em desdobramentos onde foram identificados sentidos e significados dos discursos. Foram considerados participantes 2 homens trans e a análise dos dados amparou-se no referencial teórico de Martin Heidegger. Foram elaboradas 4 categorias de análise: 1. Ser quem sou: trilho meu caminhar; 2. O preconceito é experienciado; 3. O olhar do outro: é necessário refletir, ir além do preconceito;4. Minha sugestão a você: possibilite-se! Conclui-se que o enfrentamento e a transcendência de situações transfóbicas, preconceituosas e discriminatórias possibilita que as pessoas consigam ir além de sua orientação sexual e identidade de gênero e se percebam como seres de possibilidade, inclusive com a capacidade de contribuir para que o outro que está em sofrimento, possa enfrentar e seguir adiante afirmando que da im-possibilidade se fizeram possibilidade.