CIRCUITO PRODUTIVO DA CASTANHA DO BRASIL EM RONDÔNIA: DIAGNÓSTICO INICIAL EM COMUNIDADES TRADICIONAIS

Authors

  • Isabella Ribeiro Barbosa IFRO
  • Mônica do Carmo A. de Oliveira Instituto Federal de Rondônia
  • Áurea Dayse Cosmo da Silva Instituto Federal de Rondônia
  • Marcel Émeric B. de Araújo Instituto Federal de Rondônia
  • William Kennedy do A. Souza Instituto Federal de Rondônia

Keywords:

Poulações Tradicionais, Povos Indígenas, Reserva Extrativista, Amazônia, Cadeira Produtiva

Abstract

A castanha do Brasil (Bertholletia excelsa) é essencial para as comunidades extrativistas da Amazônia, sendo de grande valor econômico. Este estudo, realizado no âmbito do projeto Comunidades Fortes, analisa o circuito produtivo da castanha em Rondônia, abrangendo as Terras Indígenas Igarapé Ribeirão e Igarapé Lage (povo Wari), as comunidades Karipuna e a Reserva Extrativista Rio Ouro Preto. A pesquisa foi conduzida por meio de observação direta e interação com lideranças locais. Os Wari, que coletam entre novembro e março, enfrentam desafios com métodos rudimentares que afetam sua renda. Os Karipuna, por sua vez, lidam com pressões externas como o desmatamento e incêndios, o que demanda o fortalecimento da cadeia produtiva e o investimento em educação para reter os jovens no território. Já a Resex Rio Ouro Preto, que coleta entre janeiro e março, enfrenta dificuldades na capacitação e organização, impactando a qualidade do produto. A logística deficiente, o transporte inadequado e o armazenamento precário prejudicam a comercialização da castanha, variando conforme o território. Nas áreas indígenas, o transporte fluvial torna o escoamento mais demorado, enquanto na Resex, a falta de energia trifásica impede o uso das infraestruturas disponíveis. A análise aponta que melhorias logísticas, investimentos em infraestrutura e a troca de conhecimentos podem aumentar a eficiência produtiva, promovendo a sustentabilidade e a preservação das comunidades e do meio ambiente.

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Published

2025-11-03

Issue

Section

SEÇÃO 2 - DIVERSIDADE DE SABERES PRODUZIDOS PELA UNIR