RACISMO E JUSTIÇA AMBIENTAL NA ERA TECNOLÓGICA: UMA ANÁLISE CRÍTICA E PROPOSTAS PARA UM FUTURO SUSTENTÁVEL

Autores

Palavras-chave:

Degradação ambiental, Injustiça social, Racismo ambiental, Justiça ambiental, História Ambiental

Resumo

Este artigo aborda a degradação ambiental decorrente da evolução tecnológica e sua possível disparidade de impacto sobre os mais pobres e vulneráveis. Conceitua e explora a interseção entre racismo ambiental e justiça ambiental na era tecnológica, analisando criticamente como as comunidades racialmente minoritárias enfrentam de forma desproporcional os impactos adversos das atividades tecnológicas no meio ambiente. O problema de pesquisa focaliza a persistência da desigualdade ambiental, destacando a exploração preferencial das populações vulneráveis e a perpetuação de casos de injustiça social e econômica. O estudo busca conceituar e analisar a justiça ambiental e o racismo ambiental, sublinhando a necessidade de políticas ambientais equitativas. A metodologia adota uma abordagem qualitativa, com ênfase interdisciplinar e pesquisa bibliográfica, utilizando a História Ambiental para examinar como práticas humanas moldaram a relação entre sociedades e meio ambiente. O racismo e a injustiça ambiental em uma escala global são exemplificados por casos como o desastre em Bhopal, na Índia, onde as comunidades carentes foram desproporcionalmente afetadas, além de eventos como a Baía de Minamata, rompimento de barragens em Minas Gerais e invasões nos territórios dos Kalungas no Brasil. O artigo destaca ainda a importância da transparência e comunicação entre as partes interessadas durante a implementação de projetos tecnológicos, visando assegurar uma análise de risco abrangente para decisões informadas sobre a viabilidade e gestão de empreendimentos tecnológicos.

Palavras-chave: Degradação ambiental, Injustiça social, Racismo ambiental, Justiça ambiental, História Ambiental.

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Biografia do Autor

Hélio José Santos Maia, Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (FE/UnB)

Doutor em Educação, mestrado em Ensino de Ciências (UnB), graduação em Licenciatura em Ciências Biológicas (UFBA). Docente da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (FE/UnB) na graduação e no Programa de Pós-Graduação em Educação na Modalidade Profissional.

Urânia Maia, Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (FACED/UFBA)

Doutora em Educação, Mestre em Arte e Educação, graduada em Licenciatura em Artes Cênicas (FACED/UFBA), professora Assossiada da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia, Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Difusão do Conhecimento (PPGDC/FACED/UFBA).

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Publicado

2025-11-03