As percepções das crianças ribeirinhas sobre suas infâncias: vivências na educação infantil

Autores

Resumo

O objetivo deste artigo é compartilhar a percepção de infâncias a partir das vivências das crianças ribeirinhas, considerando esse olhar necessário para que se dinamizem práticas educativas na educação infantil. Essa discussão decorre de uma dissertação de mestrado, de abordagem qualitativa, cujos procedimentos teórico-metodológicos partiram do enfoque materialista histórico-dialético com ênfase na perspectiva histórico-cultural de Vigotski – o método de pesquisa foi o dinâmico-causal, discutido por Delari Júnior (2015) em Questões de método em Lev Vigotski. As participantes da pesquisa foram 20 crianças na idade entre 4 e 6 anos, de duas turmas multisseriadas de educação infantil pertencentes à Fundação Escola Bosque Professor Eidorfe Moreira, localizadas na ilha de Cotijuba-PA. Como instrumentos de coleta de dados utilizamos: observação participante, roda de conversa e desenho comentado; os cuidados éticos foram adotados. A análise dos dados perpassou por uma categoria analítica: o significado e a vivência das crianças na escola de educação infantil; e cinco unidades de análise, entre as quais destacaremos uma para este momento: a relação entre crianças, a escola e a educação infantil. Os principais resultados do estudo demonstram a seriedade para refletir práticas educativas que considerem as especificidades das crianças na educação infantil ribeirinha.

Palavras-chave: Criança; Infância; Vivência; Relações Sociais; Educação Infantil.

Biografia do Autor

Rosângela Albélia Rodrigues Rabelo, Universidade do Estado do Pará

Mestra em educação pelo PPGED/UEPA – Linha de pesquisa: Formação de Professores e Práticas Pedagógicas. Pós-Graduada em Neuropsicopedagogia pela Faculdade Integrada Brasil Amazônia. Graduada em Pedagogia pela Faculdade Ideal. Professora efetiva da Secretaria Municipal de Educação de Belém-PA.

Tânia Regina lobato dos Santos, Universidade do estado do Pará

Doutora em Educação, Estado e Sociedade PUC-SP. Professora da UEPA na Pedagogia e PPGED-CCSE-UEPA. Líder do grupo de pesquisa Cultura, Infância e educação infantil. Vice-líder Núcleo de educação Popular Paulo freire - NEP.

Referências

BRANDÃO, Carlos Rodrigues; BORGES, Maristela Correa. A pesquisa participante: um momento da educação popular. Rev. Ed. Popular, v. 6, n. 1, p. 51-62, jan./dez. 2007.

BRASIL. Resolução n.º 466, de 12 de dezembro de 2012. Trata de pesquisas e testes em seres humanos. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 13 junho 2013. Disponível em: https://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf. Acesso em: 3 mar. 2022.

BRASIL. Resolução n.º 510, de 7 de abril de 2016. Dispõe sobre as normas aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 24 maio 2016. Disponível em: https://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2016/Reso510.pdf. Acesso em: 3 mar. 2022.

COX, Maureen. Desenho da criança. Tradução Evandro Ferreira. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

DELARI JÚNIOR, Achilles. Questões de método em Lev Vigotski: busca da verdade e caminhos da cognição. In: TULESKI, Silvana Calvo; CHAVES, Marta; LEITE, Hilusca Alves (org.). Materialismo histórico-dialético como fundamento da psicologia histórico-cultural: método e metodologia de pesquisa. Maringá, PR: EDUEM, 2015. p. 43-82.

DELARI JÚNIOR, Achilles. Relações sociais e desenvolvimento da consciência. Umuarama, PR: Estação MIR Arquivos Digitais, 2020. Disponível em: https://vigotski.org/Delarirel-soc-cons.pdf. Acesso em: 9 set. 2022.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2011.

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

MOLON, Suzana Inês. Questões metodológicas de pesquisa na abordagem sócio-histórica. Informática na Educação: Teoria & Prática, Porto Alegre, v. 11, n. 1, p. 56-68, jan./jun. 2008.

MOLON, Suzana Inês. Subjetividade e constituição do sujeito em Vygotsky. 5 ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2015.

MOURA, Adriana Ferro; LIMA, Maria Glória. A reinvenção da roda: roda de conversa, um instrumento metodológico possível. Revista Temas em Educação, João Pessoa. v. 23, p. 95-103, 2014.

NATIVIDADE, Michelle Regina da; COUTINHO, Maria Chalfin; ZANELLA, Andréa Vieira. Desenho na pesquisa com crianças: análise na perspectiva histórico-cultural. Contextos Clínic, São Leopoldo, v. 1, n. 1, p. 9-18, jun. 2008. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-34822008000100002&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 21 abr. 2022.

PINO, Angel. As marcas do humano: as origens da constituição cultural da criança na perspectiva de Lev Semionovitch Vygotsky. São Paulo: Cortez, 2005.

RABELO, Rosângela Albélia Rodrigues. A educação infantil do campo: a infância percebida por crianças da ilha de Cotijuba/PA. 2023. 187f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Educação, Universidade do Estado do Pará, Belém, 2023.

SILVA, Ana Paula Soares da; PASUCH, Jaqueline; SILVA, Juliana Bezzon da. Educação infantil do campo. São Paulo: Cortez, 2012.

TEIXEIRA, Sônia. A construção de significados nas brincadeiras de faz-de-conta por crianças de uma turma de educação infantil ribeirinha da Amazônia. 2009. 294f. Tese (Doutorado em Psicologia) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Pós-Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento, Universidade Federal do Pará, Belém, 2009. Disponível em: http://ppgtpc.propesp.ufpa.br/ARQUIVOS/teses/Sonia%20Teixeira%202009.pdf. Acesso em: maio 2022.

VIGOTSKI, Lev Semionovitch. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.

VIGOTSKI, Lev Semionovitch. Obras escogidas. Madrid: Visor, 2000. t. III, p. 327-340.

Downloads

Publicado

2024-01-03