LUZES DA RIBALTA, A POSSIBILIDADE DE SER EU MESMO NA CONVIVÊNCIA COM O OUTRO

A VIVÊNCIA DA CORPOREIDADE EM PARTICIPANTES DE UM GRUPO DE TEATRO

Autores

  • Luyendyk Lustosa Cardoso Universidade Federal do Amazonas - UFAM
  • Denis Guimarães Pereira Universidade Federal do Amazonas - UFAM
  • Ewerton Helder Bentes de Castro Universidade Federal do Amazonas - UFAM

Palavras-chave:

Teatro, Fenomenologia, Merleau-Ponty

Resumo

Sabe-se que as artes funcionam como canais de expressão de individualidades e como espaço para se descobrirem as possibilidades e potencialidades das pessoas. Como será que os próprios artistas enxergam suas vivências num meio artístico? Como percebem sua evolução? A arte aqui em foco é o Teatro. O que será que pode revelar a escuta cuidadosa de atores sobre essa atividade? Levando em consideração as idéias de Merleau-Ponty, o presente trabalho buscou compreender as experiências proporcionadas pelo teatro a jovens participantes de um grupo teatral, sob a luz da fenomenologia, caracterizando os sentidos atribuídos por eles às atividades cênicas. A pesquisa, de caráter qualitativo, foi realizada por meio de entrevistas na própria residência dos participantes. Para os participantes, não residentes em Manaus, a entrevista foi enviada por correio eletrônico. Na obtenção das entrevistas, inicialmente, foram feitos convites aos integrantes do grupo teatral, logo foi apresentado aos participantes do estudo o objetivo do trabalho e a importância de sua participação e utilizou-se entrevista áudio gravada que partiu da seguinte questão norteadora: "Que reflexos na sua vida cotidiana você percebe como resultados das atividades desenvolvidas no grupo teatral?”. Através destas, foi construída a Síntese e a análise Compreensiva das vivências relatadas sob o viés da fenomenologia existencial de Merleau-Ponty. O trabalho contribuiu para levantar algumas características sobre o fazer teatral e como ele influencia os modos de ser de seus participantes. As categorias de análise levantadas foram: a) libertando-se das próprias amarras: superando a vergonha e a timidez (o medo de ser julgado; timidez exacerbada; introversão/solidão; a decisão é do outro); b) auto-afirmação (outro posicionamento diante da vida; trabalho em grupo; maior comunicação com o outro; maior auto-confiança; expressam o que sentem); c) respeitável público, a partir de agora seremos nós: e a comunicação é redimensionada (a percepção entre emissor e receptor de uma mensagem; a comunicação intra e extra familiar modifica; maior adaptabilidade às situações; liderança; novas amizades; possibilidades); d) um novo lugar: o grupo de teatro (mudança na rotina; percepção de mudanças sob vários aspectos; mudança nas relações familiares; o grupo vivido como família; o estar no grupo é prazeroso); e) E minha relação com o outro modifica. O foco deste trabalho foram as mudanças pós-teatro percebidas nas pessoas; e do processo exato, o “como” especificamente elas se operam, pudemos obter apenas algumas pistas.

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Publicado

2018-08-10

Edição

Seção

Artigos